Escolher ração parece simples… até você chegar na prateleira do mercado e ver dezenas de marcas, cores e promessas. “Premium”, “super premium”, “natural”, “com carne de verdade”, “cuidado com as articulações”… e aí vem a dúvida: qual é realmente boa para o meu cachorro?
Vamos por partes.
1. Entenda o momento de vida do seu cão
Antes de olhar a marca, olhe para o seu cachorro:
- Filhote
- Adulto
- Idoso
- Castrado ou não
- Cão de porte pequeno, médio, grande ou gigante
Isso importa porque cada fase e porte tem necessidades nutricionais diferentes.
Por exemplo:
- Filhotes precisam de mais energia, proteína e nutrientes para crescer
- Idosos precisam de dietas mais leves, com foco em articulações e peso ideal
- Cães castrados tendem a engordar com mais facilidade
Sempre que possível, escolha uma ração específica para idade e porte.
2. Diferença entre ração comum, premium e super premium
De forma simples:
- Ração comum (standard)
- Geralmente mais barata
- Ingredientes de menor qualidade
- Rende menos, o cão precisa comer mais para se sentir saciado
- Ração premium
- Melhor qualidade que a comum
- Melhor digestibilidade
- Custo intermediário
- Ração super premium
- Ingredientes de alta qualidade
- Melhor aproveitamento nutricional
- O cão come menos quantidade e aproveita mais
- Fezes geralmente menores e com menos odor
Na prática, muitas vezes compensa pagar um pouco mais em uma ração melhor, porque o cachorro come menos e a saúde agradece.
3. Leia o rótulo além das “promessas”
Ignore por um momento as frases chamativas da embalagem e vá direto em dois pontos:
a) Lista de ingredientes
Os primeiros ingredientes geralmente são os que estão em maior quantidade.
- Bons sinais:
- farinha de carne de frango, carne de frango, proteína de frango
- arroz, milho em equilíbrio
- Pontos de atenção:
- muitos subprodutos não especificados (ex.: “farinha de origem animal” sem dizer qual)
- muito corante, aromatizante, açúcar
b) Níveis de garantia
Procure verificar:
- Teor de proteína
- Teor de gordura
- Teor de fibras
Não precisa virar nutricionista, mas entender o básico já ajuda a não comprar “no escuro”.
4. Atenção a alergias e sensibilidades
Alguns cães têm:
- Alergia alimentar
- Intolerância a certos ingredientes (como frango, por exemplo)
- Pele sensível ou problemas intestinais frequentes
Nesses casos, podem ser indicadas rações:
- Hipoalergênicas
- Com proteína de uma única fonte (ex.: só peixe, só cordeiro)
- Gastrointestinais ou dermatológicas (geralmente terapêuticas)
Se você desconfia de alergia alimentar, é importante conversar com um veterinário antes de sair trocando a ração sozinho.
5. Posso misturar ração com comida caseira?
Depende de como isso é feito.
- Um pouco de comida natural balanceada e orientada por profissional pode ser ótimo
- “Mistureba” de resto de comida com ração, sem critério, pode desequilibrar a dieta
O maior problema é:
- O cão começar a rejeitar a ração
- Ganhar peso com excesso de calorias
- Ficar com fezes moles ou gases em excesso
Se quiser seguir para uma dieta natural, o ideal é fazer com acompanhamento.
6. Como fazer a troca de ração da maneira certa
Nunca troque de uma vez só, do dia para a noite. Isso é receita para:
- Diarreia
- Vômito
- Rejeição do novo alimento
O ideal é:
- Dia 1 a 3: 75% ração antiga + 25% ração nova
- Dia 4 a 6: 50% ração antiga + 50% ração nova
- Dia 7 a 10: 25% ração antiga + 75% ração nova
- Depois: 100% ração nova
Assim, o intestino do cão vai se adaptando sem sofrimento.
7. O barato pode sair caro
Economizar é importante, mas pense no custo total:
- Ração muito barata + consultas por alergia, infecção, problemas de pele e intestino…
- Ração melhor + menos problemas futuros
Boa alimentação é investimento em qualidade de vida e longevidade.







